A Federação Paranaense de Basketball está publicando uma série com entrevistas com os treinadores do nosso estado. O nome da vez é Alexandre Pessoa, profissional que atua nas equipes do Círculo Militar do Paraná e Curitiba Basquete.
Alexandre trabalhou muito tempo com o basquete feminino em equipes de Curitiba, e atualmente vem treinando equipes masculinas. Sempre atualizado e estudioso, se destaca nos clubes que passa conquistando títulos importantes e sempre revelando excelentes atletas. Confira:
1 – Qual seu nome e origem? E quando e onde começou o basquete na sua vida? Quando começou com a carreira de técnico?
R: Meu nome é Alexandre Simiuni Pessoa. Sou de Curitiba. Comecei a prática com meu pai me levando na Praça Osvaldo Cruz para brincar. Depois treinei em algumas escolas.
Como técnico comecei fazendo estágio no Centro de Excelência com sede no Cube 3 Marias. Quando acabou o projeto, mantive o mesmo e criei uma associação com os pais, a Associação de Basquetebol do São Bráz, para participar das competições da FPRB.
2 – Quais foram seus principais títulos? (FPRB, Jogos Oficiais do estado etc).
R: Na Federação juntando o feminino e masculino consegui títulos nas categorias Sub12 nos dois naipes, Sub13 também nos dois naipes, Sub14 no feminino e vice no masculino, Sub15 fui campeão nos dois naipes e no Sub17 campeão feminino. Ainda não trabalhei com o naipe masculino nas categorias Sub16 e Sub17.
Considero meus títulos mais importantes: Campeonato Escolar Sub14 Feminino, Campeonato Universitário Paranaense Feminino e Campeão dos Jogos da Juventude Feminino.
No masculino fui Campeão da Taça Brasil Sub13 e campeão no adulto com a categoria Sub21.
3 – Trabalha com masculino e feminino? E por que não trabalha com a outro gênero? Se trabalha com os 2, qual a principal diferença?
R: Hoje só trabalho com o masculino, mas já trabalhei com o feminino. Para mim, a principal diferença entre os naipes é a diferença física e em consequência a intensidade. E na forma como o técnico deve trabalhar com cada uma. O extra treino também é diferente.
4 – Você trabalha sozinho ou tem alguma equipe de Comissão Técnica trabalhando junto?
R: Hoje trabalho com um estagiário nas categorias de base e um auxiliar na categoria Sub22.
5 – Quais as dificuldades que você encontra para o trabalho de hoje em dia? Está melhor do que quando começou?
R: A maior dificuldade é não termos uma linha de trabalho em todas as categorias do clube. Hoje em dia tem bem mais competições e o acesso a vídeos e jogos. A informação está aí na nossa cara.
6 – Quais as dicas que você tem para o atleta que está começando hoje ? E para os técnicos novatos, quais as dicas/sugestões?
R: Para os atletas que treinem, se dediquem e se divirtam. Aproveite essa fase da vida.
Para os técnicos, caia de cabeça no que você quer. É preciso mergulhar de corpo e alma, dar mais treino do que recebe, participar do maior número de competições possíveis, estudar e acreditar no que está fazendo, para isso se baseie cientificamente.
7 – Vamos aprofundar mais nosso assunto. O técnico ao longo da sua carreira vai criando uma filosofia de jogo própria. Fale um pouco de como você organiza seu time no ataque. O que é importante para você que o atleta aprenda na sua filosofia?
R: Na verdade durante os anos você aprende muita coisa, acrescenta, troca, mas acredito que a essência é a mesma. Gosto de dar liberdade para meus atletas criarem e tomarem as decisões. Para isso ser prazeroso e eficiente costumo dar muito fundamento, técnica individual e coletiva. Hoje meu time joga bastante com um sistema livre de tomadas decisão pré combinadas.
Até os 14 anos, não trabalho com bloqueios diretos e passo os indiretos só a partir da segunda metade do ano. O atleta tem que estar atento e disposto a criar e ser ofensivo.
Já nas equipes Sub18 e maiores, dependo muito do tempo de trabalho que tenho. Ano passado com a equipe Sub20, tive menos de 1 mês de treinos antes da primeira competição, então tive que dar preferência para jogadas fechadas. Tento tirar o melhor de cada jogador, porém jogando de forma coletiva, sempre.
8 – E na defesa? O que você prega para sua equipe? Se algum outro técnico olhar sua equipe defendendo, como você acha que ele descreveria seus sistemas defensivos?
R: Defensivamente nas categorias até Sub14 só defendo individual quadra toda e meia quadra. Acredito que mesmo sem dobra, é uma defesa agressiva. Já nas categorias mais velhas é uma mescla. Mas também acredito ser agressiva na maior parte do tempo.
9 – Nós técnicos, muitas vezes nos pegamos fazendo auto críticas, importantes para nosso próprio desenvolvimento. Qual teu ponto fraco, ou mais débil? Enxerga alguma falha que pensa ter que mudar para evoluir mais?
R: Vários heheheh. Preciso melhorara meu lado humano com o atleta. Talvez por ter muitos atletas, deixo um pouco de lado. Também dou uma atenção maior para a parte ofensiva do que defensiva.
10 – Qual seu técnico guru, aquele que você se espelha ou tenta obter a maior quantidade de ideias?
R: Não tenho um técnico apenas, tento tirar sempre algo de todos os técnicos, seja ele mais experiente ou menos do que eu. Acho que todo mundo tem algo a acrescentar para alguém. Técnico estrangeiro, gosto muito do Popovich, dos argentinos e dos espanhóis. Técnicos brasileiros me espelho bastante no Gustavinho e Guerrinha, mas como disse já aprendi com Cláudio, Adilson, Elias, Daniel, Bruno e vários com quem joguei contra, trabalhei junto, conversei alguns momentos ou vi algum jogo.