Federação Paranaense de Basketball entrevista Carlos Schneider, técnico da Sociedade Thalia

Carlos Schneider, ou Xexéu, como é conhecido por todos, é o entrevistado de hoje aqui no site da Federação Paranaense de Basketball.

Xexéu é um dos técnicos mais experientes em atuação atualmente no Paraná. começou a carreira em 1982 e logo se tornou um grande formador de talentos e colecionador de títulos. Sempre muito atualizado e estudioso, teve grande parte de sua carreira no Cefet/Pr, onde conseguiu montar equipes campeãs tanto no masculino quanto no feminino. Hoje Xexéu trabalha na Sociedade Thalia, com categorias formativas masculinas.

Confira a entrevista:

 

1 – Qual seu nome e origem? E quando e onde começou o basquete na sua vida? Quando começou com a carreira de técnico?

R: Me chamo Carlos Eduardo da Costa Schneider (Xexéu), técnico da Sociedade Thalia nas categorias Sub 14 e Sub 15 masculina, desde 2019. Comecei como estagiário no Clube Curitibano (1982) convidado pelo Professor Herivelto Moreira técnico do CEFET PR da equipe feminina para montar uma escolinha e atuei como auxiliar técnico da equipe Infanto e Juvenil do clube. Uma questão importante no caminho foi o encontro com a atleta Dalila Bulcão que começou a treinar na escolinha do clube, foi Campeã Mundial pela Seleção Brasileira de Basquetebol em 1994 na Austrália.  No ano seguinte assumi as escolinhas masculino e feminina no CEFET PR. Em 1984 com a equipe do CEFET PR fomos campeões dos Jogos Escolares de Curitiba. Em 1985 fui convidado pela Coordenação de esportes do CEFET PR a assumir a equipe masculina.

 

2 – Quais foram seus principais títulos? (FPRB, Jogos Oficiais do estado etc).

**1984 – Campeão Infanto Juvenil Masculino de Basquetebol/Jogos Colegiais cidade

de Curitiba.

**1985 – Auxiliar Técnico da Seleção Paranaense de Basquetebol-Juvenil.

Feminino. Cidade de Curitiba sagrando-se Vice Campeã Brasileira de Basquetebol.

**1987 – Campeão Paranaense Infanto Juvenil Federação Paranaense de Basquete. Masculino de Basquetebol.

**1989 – Vice Campeão Paranaense dos Jogos Abertos do Paraná – na cidade de Pato Branco com a equipe Juvenil do Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná.

**1988 – Vice Campeão Paranaense Juvenil Masculino de Basquetebol.

**1990 – Vice Campeão Paranaense Juvenil Masculino de Basquetebol.

– Campeão Copa de Curitiba-Adulto de Basquetebol.

– Técnico da Seleção Paranaense-Juvenil Masculino.

**1992 – Campeão Paranaense de Basquetebol Juvenil Masculino.

– 3º Colocado Campeonato Brasileiro Aberto de Basquetebol-Juvenil em

VITÓRIA-ES com a equipe Colegial do Centro Federal de Educação Tecnológica

do Paraná.

**1999 – Tri Campeão Paranaense de Basquetebol Juvenil Masculino.

– Vice/Campeão da 1ª Copa Internacional de Basquetebol Juvenil Masculino Cidade de Curitiba.

**2003 – Vice-Campeão Final Four Distrital Juniors A Masculino.

– Campeão Torneio Internacional de OVAR-Cadetes Masculino.

– Vice-Campeão Torneio Cidade Póvoa do Varzim-Cadetes Masculino.

– 4º Lugar Campeonato Nacional Português – Cadetes Masculino.

– Campeão Nacional Português – Iniciados Masculino.

**2004 – Vice-Campeão Final Four Distrital Cadetes Masculino.

– Campeão Torneio Internacional de OVAR-Cadetes Masculino.

– Vice-Campeão Torneio Cidade Póvoa do Varzim-Cadetes Masculino.

– 6º Lugar Campeonato Nacional Português – Cadetes Masculino.

– Vice-Campeão Nacional Português – Iniciados Masculino.

**2019 – Campeão Sub 14 masculino FPB – Terra Rica

– Campeão Sub 15 masculino FPB – Curitiba

– 4º lugar Torneio de Franca

– 3º lugar Copa Brasil CBC São José dos Pinhais.

 

3 – Trabalha com masculino e feminino? E por que não trabalha com a outro gênero? Se trabalha com os 2, qual a principal diferença?

R: Atualmente somente masculino. Já trabalhei no ano 2000 a 2002 com a categoria feminina, muito gratificante e um dos pontos marcantes que observei foi a disciplina. 

 

4 – Você trabalha sozinho ou tem alguma equipe de Comissão Técnica trabalhando junto?

R: Na Sociedade Thalia temos um técnico para duas categorias, e sempre estamos auxiliando outra categoria.

 

5 – Quais as dificuldades que você encontra para o trabalho de hoje em dia? Está melhor do que quando começou?

R: Momento totalmente diferente em todos os aspectos. Há muito mais possibilidades em desenvolver o esporte principalmente através de Projetos.  Os recursos tecnológicos contribuem muito para o desenvolvimento dos atletas e técnicos, inclusive os técnicos utilizam estas ferramentas para estudar e contato com outros técnicos.

 

6 – Quais as dicas que você tem para o atleta que está começando hoje? E para os técnicos novatos, quais as dicas/sugestões?

R: Creio que para os técnicos é muito importante gostar de estudar os fundamentos do jogo. A própria palavra já diz tudo, fundamentos. Assim sendo, ele criará consciência que não poderá pular etapas em todas as fases de desenvolvimento. O papel do atleta a princípio é se divertir. Assim com naturalidade ele se afinará com o esporte ou não. O problema maior hoje nesta conexão atleta/técnico é a pressão. É importante que os  técnico respeitem o momento, o processo do trabalho.

 

7 – Vamos aprofundar mais nosso assunto. O técnico ao longo da sua carreira vai criando uma filosofia de jogo própria. Fale um pouco de como você organiza seu time no ataque. O que é importante para você que o atleta aprenda na sua filosofia?

R: Então, está resposta está ligada a anterior. Temos que trabalhar o desenvolvimento dos atletas a longo prazo. Em um curso que fiz na Espanha, um dos técnicos que estava ministrando o curso fez uma pergunta sensacional. Qual é o fundamento mais importante do jogo? O silêncio pairou no ar. Muitas respostas foram expostas. Então ele disse que todas as respostas estavam certas, mas que uma era essencial: o domínio do próprio corpo. A galera continuou em silêncio. Então ele disse: Todos vocês querem uma defesa forte, certo? Todos sonham com isso, certo? Terão que fazer com que os seus atletas tenham domínio do corpo. Assim saberão correr, há muitos jogadores adultos que não sabem correr.

Gosto muito da defesa. E já nos primeiros dias em quadra na minha, vida fui invadido por informações sobre defesa através deste técnico que me convidou a trabalhar com ele. (Herivelto Moreira). A intensidade na defesa e a transição são requisitos importantíssimos na minha forma de trabalhar. A forma que você jogará no ataque dependerá dos atletas que você tem na mão.

 

8 – E na defesa? O que você prega para sua equipe? Se algum outro técnico olhar sua equipe defendendo, como você acha que ele descreveria seus sistemas defensivos?

R: Já tive oportunidade em trabalhar todas as defesas que existem no basquete. Sim, faz algum tempinho que vivencio este esporte. Mas a defesa que gosto muito é a defesa individual. Desde quando voltei em 2019 estou trabalhando a Defesa Individual Pressão quadra toda. Em 1984 já tinha começado a estudar sobre esta defesa e buscando na prática alguns resultados. Sou fascinado por ela, é trabalhosa, há muitos detalhes e é preciso você viver isso no dia a dia. Caso contrário esqueça. Nos anos 90 não existiam critérios em relação à forma de jogar na defesa. E quando se falava que era importante a defesa individual para o desenvolvimento do atleta, muitos técnicos não concordavam. Hoje, a preocupação é maior e a FPRB organiza seus campeonatos até os 15 anos, padronizando a defesa individual como obrigatória, é uma excelente medida. E quanto às defesas por zona, gosto muito das defesas Mach up.

 

 9 – Nós técnicos, muitas vezes nos pegamos fazendo auto críticas, importantes para nosso próprio desenvolvimento. Qual teu ponto fraco, ou mais débil? Enxerga alguma falha que pensa ter que mudar para evoluir mais?

R:Tudo em excesso faz mal. Me cobro bastante, e gosto muito de compartilhar com as pessoas as coisas que faço e quando não consigo fazer com que isso aconteça, fico chateado. Logo, vejo que isso é algo externo e o problema não é meu.

 

10 – Qual seu técnico guru, aquele que você se espelha ou tenta obter a maior quantidade de ideias?

R: Tenho como espelho o Professor Herivelto Moreira. Com ele que tudo começou, principalmente a gostar dos fundamentos do jogo e não pular as etapas de desenvolvimento e a gostar demasiadamente de defesa. Um técnico internacional que me influenciou foi Rich Pitino hoje no Panathinaikos.