O entrevistado de hoje aqui no site da Federação Paranaense de Basketball é o Professor Murilo Gasperin. Técnico do Clube Curitibano, onde atua nas categorias de base e também no Máster Feminino, e também é responsável pela equipe da UniCuritiba, equipe Universitária da Capital do Estado.
Murilo sempre esteve a frente de ótimas equipes da base, onde realiza um grande trabalho. Recentemente chegou ao Clube Curitibano, onde comanda a reestruturação do basquetebol do clube com muito sucesso, conquistando resultados muito significativos e revelando novos talentos para o basquetebol do Paraná.
Confira a entrevista do Professor Murilo Gasperin:
1 – Qual seu nome e origem? E quando e onde começou o basquete na sua vida? Quando começou com a carreira de técnico?
R: Meu nome é Murilo Gasperin e sou de Foz do Iguaçu-PR. Comecei a jogar basquete aos 12 anos com o Daniel Lazier no colégio Bagozzi em 2002. Minha carreira iniciou no primeiro semestre da faculdade, onde o Daniel me indicou para o projeto do Rolando, Dalila e Joyce em parceria com a Prefeitura de Curitiba e Unimed. Ali comecei a dar treino para meninos e meninas na rua da cidadania do Bairro Fazendinha.
2 – Quais foram seus principais títulos? (FPRB, Jogos Oficiais do estado etc)
R: Campeão Estadual sub 12 em 2010, Campeão da Taça Paraná sub 12 em 2013, Campeão Sul Brasileiro de clubes Sub 15 em 2015, Campeão Estadual sub 12 em 2018 e Campeão Estadual Sub 13 em 2019.
3 – Trabalha com masculino e feminino? E por que não trabalha com a outro gênero? Se trabalha com os 2, qual a principal diferença?
R: Trabalho com o feminino apenas no Master, mas nas categorias FPRB apenas com o masculino. Não trabalho com o basquete feminino na base, pois hoje no clube não temos meninas suficientes interessadas na modalidade, tentamos há dois anos iniciar um trabalho, mas ele não se desenvolveu pela falta de sócias interessadas em treinar.
4 – Você trabalha sozinho ou tem alguma equipe de Comissão Técnica trabalhando junto?
R: Hoje nossa comissão técnica é composta por dois técnicos, preparador físico e fisioterapeuta.
5 – Quais as dificuldades que você encontra para o trabalho de hoje em dia? Está melhor do que quando começou?
R: Eu vejo como dificuldade em nosso trabalho, a agenda dos nossos atletas. Hoje em dia eles possuem muitos compromissos e às vezes isso acaba atrapalhando em certo momento da aprendizagem, mas acredito ser natural devido à importância e muitas vezes a necessidade destes compromissos. O que temos que fazer é nos adaptar e fazer com que eles consigam se organizar, ter tempo para se dedicar também a modalidade. Pela facilidade e proximidade com a informação, tanto de nós técnicos como dos nossos atletas. É muito mais rápida a chegada e troca de informações. Acredito que isso nos ajuda muito a desenvolver nosso trabalho, nossas equipes e atletas se soubermos utilizar estas ferramentas.
6 – Quais as dicas que você tem para o atleta que está começando hj ? E para os técnicos novatos, quais as dicas/sugestões?
R: Nossa forma de trabalhar com os atletas das nossas primeiras categorias, sub 10, 11 e 12, é primeiro fazer com que eles gostem do esporte, para que os treinos deixem de ser uma obrigação e passem a ser um momento de prazer e satisfação. A palavra que mais utilizamos com estes atletas é DIVERSÃO, sempre colocamos a diversão à frente.
7 – Vamos aprofundar mais nosso assunto. O técnico ao longo da sua carreira vai criando uma filosofia de jogo própria. Fale um pouco de como você organiza seu time no ataque. O que é importante para você que o atleta aprenda na sua filosofia?
R: Gosto muito de deixar com que os atletas tomem suas decisões. E estas decisões podem ser tomadas com a bola na mão ou sem. Por isso gosto de trabalhar com sistemas abertos, estilo o cinco abertos, para que eles possam decidir o que fazer na hora do jogo de acordo com a defesa ou situação criada. Para que ele consiga jogar nesse sistema é fundamental que ele tenha uma boa leitura de jogo, tomada de decisão rápida e saiba jogar sem a bola na mão, ocupando espaços, fintas para se desmarcar e fazer uma cesta livre (como em um back door) ou receber a bola em uma condição melhor de corte ou chute.
8 – E na defesa? O que você prega para sua equipe? Se algum outro técnico olhar sua equipe defendendo, como você acha que ele descreveria seus sistemas defensivos?
R: Gosto muito da defesa individual. Agressiva, sempre tirando o ataque da sua zona de conforto, forçando a equipe adversária ao erro para tentar uma recuperação de bola ou conseguir o rebote. Acredito que ele descreveria uma defesa organizada e agressiva, pensaria em situações de ataque e movimentação para poder jogar. Não acharia fácil uma vantagem apenas no um contra um, teria que ter uma situação de desequilíbrio um pouco mais elaborada.
9 – Nós técnicos, muitas vezes nos pegamos fazendo auto críticas, importantes para nosso próprio desenvolvimento. Qual teu ponto fraco, ou mais débil? Enxerga alguma falha que pensa ter que mudar para evoluir mais?
R: Teimosia é o que mais me cobro, seja ela na hora de uma situação tática, estratégia de didática ou em aprender com os erros. Sempre tento me esforçar ao máximo para avaliar o que deu certo e errado ou em uma crítica para não deixar esta teimosia atrapalhar o trabalho, sempre temos que ser humildes e estar em constante aprendizado.
10 – Qual seu técnico guru, aquele que você se espelha ou tenta obter a maior quantidade de ideias?
R: Tive o prazer de treinar com vários técnicos quando jogava e trabalhar com alguns como assistente, mas tenho dois como referência. No meu modo de trabalhar tento mesclar as ideias dos dois com as minhas, pois sempre achei que as suas filosofias se encaixam com o que eu penso. São eles Daniel Lazier e Fabiola Vila.