Fabio Pellanda, técnico da Sociedade Thalia e Coritiba Monsters é o entrevistado de hoje da FPRB

Fábio Pellanda, técnico do Coritiba Monsters e Sociedade Thalia, é o nosso entrevistado de hoje. Além de técnico, Fabio também desempenha a função de Coordenador das Seleções Paranaenses Masculinas dentro da Federação Paranaense de Basketball.

Técnico estudioso e sempre atualizado, com passagens pela Seleção Brasileira de Base como assistente técnico,  Fábio comanda o novíssimo e ousado projeto do Coritiba Monsters, “braço”do Coritiba Football Club, que almeja em breve alcançar as principais competições nacionais. Pelo Monsters, Fábio já conseguiu resultados bem representativos dentro do nosso estado e também grandes participações e competições nacionais como LDB e Brasileiro Sub21.

Confira a entrevista do professor Fábio Pellanda:

 

1 – Qual seu nome e origem? E quando e onde começou o basquete na sua vida? Quando começou com a carreira de técnico?

R:  Me chamo Fábio Pellanda, técnico do Coritiba Monsters e Sociedade Thalia. Comecei como estagiário no Círculo Militar do Paraná e logo em seguida fui contratado para assumir as escolinhas da Sociedade Thalia, em 2000. Ao longo do tempo foram surgindo oportunidades dentro do clube e o próximo passo foi assumir uma equipe, a primeira oportunidade com a equipe Sub21 quando fomos vice campeões estaduais. Após isso passei por todas as categorias possíveis, do sub12 ao sub19, passando pelo adulto e até mesmo o veterano.

 

2 – Quais foram seus principais títulos? (FPRB, Jogos Oficiais do estado etc).

R: Pela Seleção Brasileira, fomos 3º lugar no Sul Americano em Salto/Uru, pela Seleção Paranaense tivemos o título de Campeão brasileiro atuando como Coordenador Técnico, mas também conquistamos o Sulbrasileiro Sub14. Por clube, fomos campeões estaduais Sub15 e Taça Paraná Sub14 e Sub16, campeão no Metropolitano Adulto. E como assiste técnico fui Campeão dos Jogos da Juventude do Paraná.

 

3 – Trabalha com masculino e feminino? E por que não trabalha com a outro gênero? Se trabalha com os 2, qual a principal diferença?

R: Hoje somente masculino. Já tive experiencia no feminino, foram interessantes, mas devido ao estilo de jogo acabei optando pelo masculino. A principal diferença é na intensidade e velocidade de jogo na minha opinião. Quanto a personalidade ambas tem suas peculiaridades, as meninas são mais atentas e disciplinadas, entretanto os meninos tem mais facilidades a espontaneidade, mesmo que as vezes de forma errada.

 

4 – Você trabalha sozinho ou tem alguma equipe de Comissão Técnica trabalhando junto?

R: Na Sociedade Thalia temos um técnico para duas categorias, e sempre estamos auxiliando uma categoria, no Coritiba Monsters eu sou o técnico e possuo um assistente, preparador físico e fisioterapeuta.

 

 

5 – Quais as dificuldades que você encontra para o trabalho de hoje em dia? Está melhor do que quando começou?

R: Acredito que esteja melhor, pois hoje existem mais mecanismos para se buscar dinheiro com as leis incentivos, porém acredito que que não atingimos todas as classes sociais, os clubes e associações ainda não conseguem fazer uma captação de atletas nas classe mais humildes. Penso que quando comecei as pessoas de todas as classes tinham mais oportunidade do que hoje.

 

6 – Quais as dicas que você tem para o atleta que está começando hoje? E para os técnicos novatos, quais as dicas/sugestões?

R:  Para o atleta que está iniciando no basquete, o que eu falo é que ele precisa gostar do jogo, respeitar o esporte e principalmente se sentir feliz praticando, mas que ele deve ter a chama do desafio constante acesa, se desafie sempre, seja num trabalho técnico individualizado ou numa final de campeonato, enfrente o desafio e se supere. E que nos momentos em que que ele não se sinta empolgado que fique o compromisso, pois é isso que forma o caráter do indivíduo.

 

Quanto aos técnicos que estão começando penso que a principal dica é que ele deve ser um eterno curioso e estudar muito, e para isso é preciso amar o que faz e as pessoas que o rodeiam. Que pense como um líder. É na capacidade das suas decisões que depende o sucesso da equipe, de nada adianta saber tudo sobre basquete se não for capaz de transmitir o conhecimento aos jogadores.

 

7 – Vamos aprofundar mais nosso assunto. O técnico ao longo da sua carreira vai criando uma filosofia de jogo própria. Fale um pouco de como você organiza seu time no ataque. O que é importante para você que o atleta aprenda na sua filosofia?

R: Esse é assunto muito legal, gosto muito de estudar sobre isso, mas posso dizer que monto minhas equipes para ter um ataque que crie oportunidades de arremessos com bom percentual de acertos e cometa poucos erros. Já utilizei algumas maneiras de jogar começando com o Passing Game, depois Flex, Motion transição e hoje gosto de jogar na Flow, que é um sistema onde a equipe chega jogando e busca aproveitar o desequilíbrio da defesa. Creio que você deve adaptar os sistemas a sua realidade, levando em conta a categoria em que trabalha, o estágio em nível de fundamentos dos seus trabalhos e principalmente e isso independente do sistema que você utilize, nós como técnicos temos que ensinar as leituras possíveis do seu sistema, para que o atleta aproveite o que sistema oportuniza.

 

8 – E na defesa? O que você prega para sua equipe? Se algum outro técnico olhar sua equipe defendendo, como você acha que ele descreveria seus sistemas defensivos?

R: Gosto muito da defesa individual, sempre cobrei a responsabilidade no 1×1, acredito que a maneira como a FPRB organiza seus campeonatos até os 15 anos, padronizando a defesa individual como obrigatória, é uma excelente medida. Penso que minhas equipes sempre terão defesas onde pressionamos a bola e temos uma boa linha de ajudas. E quanto as defesas por zona, podem ser uma arma importante para quebrar o ritmo da equipe adversária, seja ela meia quadra, 3/4 ou quadra toda, devemos sempre sentir como a outra equipe está se adaptando a defesa para pensar na sua utilização.

 

9 – Nós técnicos, muitas vezes nos pegamos fazendo auto críticas, importantes para nosso próprio desenvolvimento. Qual teu ponto fraco, ou mais débil? Enxerga alguma falha que pensa ter que mudar para evoluir mais?

R: Acho que é o perfeccionismo, e paciência. Temos que aprender a ouvir mais as opiniões, independente de serem boas ou não, pois isso é uma maneira de tentar nos analisarmos como treinadores. Mas com o tempo vamos melhorando esses aspectos.

 

 

10 – Qual seu técnico guru, aquele que você se espelha ou tenta obter a maior quantidade de ideias?

R: Não tenho um especificamente, mas falando do Paraná minhas primeiras influências foram Ernani, Luisão e Fabiola, de cada um tiramos alguma coisa. Um técnico com tive oportunidade trabalhar e me influencia até hoje é o Ruben Magnano, pela sua intensidade defensiva e a maneira como ele se relacionava com os atletas. Hoje tem alguns técnicos que pego ideias e entre os principais posso citar Obradovic, Brad Stevens e do Brasil gosto muito do Gustavo de Conti, José Neto, Bruno Savignani e lá atrás admirava muito o Hélio Rubens.